sábado, 19 de janeiro de 2008

QUASE

Quase é pouco demais
por isso o melhor é correr atrás
do tudo, do completo,
do inteiro, do repleto.

Quase tem aspecto de derrota
e em verdade ninguém suporta
ser quase amado,
ser quase querido,
ser quase respeitado.


Quase é menos que nada
afinal, nada é algo que já se definiu
e quase é alguma coisa que nunca se concluiu.

Quase tem aparência de retalhos
de tecidos ordinários,
tem o sabor amargo do jiló
e machuca como se amarrasse com um nó.


Quase não fortalece, não alimenta,
não engrandece, não sustenta.

Quase tem cheiro de indiferença,
não tem força e nem resistência,
não tem credibilidade e nem consistência.

Quase é como subir uma escada
e ao seu topo jamais chegar
portanto o que há no final dela
nunca se poderá alcançar.

Quase é um fundo de poço tão profundo
que chega a não fazer parte desse mundo.
Se o quase, de alguma forma, o satisfaz
eu sinto muito pois é bem capaz
que você não viva em paz.

autoria - Silvana Duboc

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